Estudos revelam problemas ocasionados pelo consumo do álcool

22-04-2011 14:07

 

 

 

Atualmente, a dependência alcoólica é considerada um grave problema de saúde pública e o consumo de álcool contribui com 1,8 milhão de mortes por ano ao redor do mundo. O uso abusivo de bebidas alcoólicas pode aumentar a probabilidade de ocorrência de acidentes de trânsito, situações de violência, gravidez não planejada e casos de afogamentos, entre outros.

Mundialmente, a estimativa anual de gasto com problemas relacionados ao consumo nocivo se encontra entre 0,6% e 2% do PIB global, o que significa, aproximadamente, US$ 210 milhões a US$ 665 milhões.

 

Álcool e mulher - Estudos epidemiológicos indicam haver novas tendências no padrão de uso de álcool entre mulheres, com possível aumento de consumo entre as mulheres de países da América Latina e nos Estados Unidos.

O tema é de importante relevância visto que a intensidade dos efeitos dessa substância no organismo das mulheres é mais exacerbada em comparação aos homens.

Além disso, o álcool também acarreta ação nociva sobre a gestação e expõe a mulher à prática de violência.

Álcool e transtornos alimentares - Uma revisão literária de 15 artigos científicos, publicados entre os anos de 2002 e 2009, sobre a associação entre transtornos alimentares e o uso, abuso e dependência de álcool, aponta que mulheres sob risco de desenvolver distúrbios alimentares ou já diagnosticadas como tal, independentemente da faixa etária, consomem bebidas alcoólicas em maior quantidade e frequência.

Álcool e jovens - O padrão nocivo de consumo de álcool por adolescentes tem exposto este público a diversos riscos como ferimentos, violência interpessoal ou gravidez não planejada.

As consequências negativas deste hábito, no entanto, podem permanecer no início da idade adulta, conforme indica pesquisa divulgada pelo CISA. De acordo com o estudo, metade dos jovens que faziam consumo binge de álcool continuou a fazê-lo no início da idade adulta.

O padrão binge drinking é definido pelo National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism - NIAAA, como o consumo de cinco ou mais doses alcoólicas por homens ou de quatro ou mais doses por mulheres dentro do período de duas horas.

A influência genética no consumo precoce de álcool é outra vertente sobre o assunto. Pesquisa australiana divulgada pelo CISA recentemente indica que, para indivíduos que relataram o primeiro consumo de álcool antes dos 13 anos, a variação nos sintomas da dependência alcoólica foi largamente atribuída a fatores hereditários.

Álcool e violência - Estudo brasileiro destaca o uso de álcool como um fator importante no processo de vitimização por homicídios em São Paulo.

Entre os resultados, a pesquisa apontou que 43% das vítimas de homicídios analisadas apresentaram níveis de álcool no sangue superiores a 0,2g/l,e que 56,4% das vítimas mortas nos fins de semana estavam alcoolizadas, o que pode estar relacionado ao consumo de álcool de alto risco em bares e festas, mais comuns nesses dias.

Álcool e afogamento - A combinação de bebida alcoólica e banho de mar ou em rios, represas e cachoeiras, pode tornar-se perigosa, principalmente quando associada à imprudência e desconhecimento das áreas de perigo.

Estima-se que o uso de álcool esteja associado à cerca de 25 a 50% das mortes de adolescentes e adultos relacionadas a atividades recreativas aquáticas.

Mitos sobre o consumo de álcool - Grande parte das pessoas que bebe em excesso acaba tendo problemas com a direção de veículos, porque não são capazes de reconhecer que a destreza necessária para a direção, além de outras habilidades importantes, como a tomada de decisões, são prejudicadas muito antes dos sinais físicos da embriaguez começar a aparecer.

Outro engano muito comum é subestimar os efeitos duradores do álcool em nosso corpo. Alguns acreditam que parar de beber ou tomar um copo de café podem torná-los aptos a dirigir com segurança.

A verdade é que o álcool continua a afetar o cérebro, mesmo após a última dose, prejudicando a coordenação e a capacidade de julgamento até mesmo horas depois da ingestão de bebidas alcoólicas.

Lei Seca - O CISA destaca a influência positiva da Lei 11.705/08, popularmente conhecida como Lei Seca, para a mudança de comportamento dos motoristas, que se tornaram mais responsáveis em relação à mistura "álcool e direção".

A ONG defende, ainda, a intensificação da fiscalização e a aplicação de punição para os infratores como formas de garantir a continuidade da eficácia da lei.

Sobre o CISA - O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool - CISA, organização não governamental lançada em 2004 pelo psiquiatra e especialista em dependência química Arthur Guerra de Andrade, é hoje a maior fonte de informações no País sobre o binômio álcool e saúde.

A entidade dispõe de um banco de dados com mais de 1.600 títulos, desde publicações científicas reconhecidas nacional e internacionalmente, dados oficiais, até notícias publicadas em jornais e revistas destinados ao público em geral.

Além de estar comprometido com o avanço do conhecimento na área de saúde e álcool, o Centro também atua na prevenção do abuso e nos problemas do uso indevido da substância, por meio de parcerias e elaboração de materiais de apoio a pais e educadores.

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